Veja de forma mais clara as influências do Selin das bicicletas na disfunção erétil e doenças da próstata, preocupação no ciclismo.
Vários estudos científicos tentam provar que os selins de bicicleta tradicionais, com a traseira estreita e o nariz pontudo, poderiam exercer influência na predisposição, desencadeamento e agravamento da impotência sexual (disfunção erétil), esterilidade masculina e doença da próstata. Até o momento, não se chegou a uma conclusão definitiva, mas sempre esta discussão volta à tona.
Em relação às queixas relacionadas ao ciclismo, a dor no períneo (do grego peri = ao redor de e naion = ânus, região do tronco situada inferiormente ao diafragma da pelve ou região anatômica entre o saco escrotal ou a vagina e o ânus) e as parestesias (dormência ou formigamento) na região peniana – no homem – ou nos grandes lábios – na mulher – são as mais frequentes. Alguns modelos de selins causam mais incômodos do que outros. Até mesmo os ditos assentos ergonômicos desenvolvidos para proteger a uretra, vasos sanguíneos, nervos e os órgãos sexuais podem ser nocivos, pois o tamanho inadequado do selim, a má regulagem da bicicleta, o uso de vestuário inadequado e o estilo de pedalar influenciariam tanto no aparecimento, quanto no agravamento das queixas.
Quando estamos sentados em uma cadeira, o peso do corpo fica sustentado nos ísquios (ossos da bacia) e na região glútea, mas quando nos sentamos em uma bicicleta, há um aumento na pressão exercida sobre a região do períneo. Isso reduziria o fluxo sanguíneo para o pênis e bolsa escrotal. E nos praticantes de mountain biking, poderia haver a associação dos traumatismos repetitivos provocados pelo terreno acidentado e pelo selim.
A maior parte das pessoas não pedala tempo suficiente para apresentar queixas. Os pesquisadores estimam que 5% dos homens que andam de bicicleta podem desenvolver disfunção erétil moderada a severa. Mas esses estudos deixam de correlacionar o ciclismo e outros fatores como idade, predisposição genética, problemas circulatórios, tabagismo, alcoolismo, consumo de drogas ilícitas, doenças sistêmicas como hipertensão arterial ou diabetes, uso de medicamentos, biótipo e peso corpóreo do ciclista, além de fatores emocionais, psicológicos e psiquiátricos.
Os fabricantes lançaram novos modelos de selins com recortes, divisões, acolchoamentos de gel para aliviar a pressão nas partes sensíveis do corpo e novos materiais como fibra de carbono e kevlar, tentando aliar conforto, leveza e desempenho. A quantidade de pesquisas também aumentou. Desde o ano de 2000, vários estudos foram desenvolvidos, usando-se instrumentos sofisticados para determinar exatamente o que acontece quando o assoalho pélvico é apoiado sobre o selim da bicicleta e os efeitos dessas pressões sobre as estruturas anatômicas internas.
Nos homens, uma camada no períneo chamada de canal de Alcock contém uma artéria e um nervo que fornecem sangue e sensibilidade ao pênis. O canal está localizado junto a uma estrutura óssea e quando o ciclista se senta em um selim estreito, duro ou mal regulado, a artéria e o nervo são comprimidos. Com o tempo, uma redução do fluxo sanguíneo pode levar a um decréscimo na pressão arterial necessária para que ocorra a ereção completa e eficiente e o nervo pode ser comprimido, ocasionando parestesias e até a neuropatia compressiva.
Nas mulheres, a mesma artéria e nervo envolvem o clitóris e podem sofrer os mesmos danos, principalmente pela pouca opção de selins especiais para o sexo feminino, pois a bacia feminina é mais larga que a masculina.
Os pesquisadores já utilizaram uma variedade de métodos para estudar a compressão causada por selins diferentes. Um dos métodos recobre o selim com uma capa contendo sensores de pressão. A distribuição do peso do ciclista, então, é registrada por um computador. Em outra técnica, sensores chamados oxímetros são colocados no pênis do ciclista para medir o oxigênio vindo das artérias. O fluxo sanguíneo é detectado por outros sensores que enviam um som a um Doppler, determinando e quantificando as alterações ocorridas.
A pesquisa mostra que, quando os ciclistas se sentam em um selim clássico, com formato de gota e nariz longo, um quarto do peso de seu corpo descansa no nariz do selim, colocando excessiva pressão no períneo. A quantidade de oxigênio que chega ao pênis em geral cai entre 70 e 80% em cerca de três minutos.
Isso não significa que as pessoas devem parar imediatamente de pedalar. Principalmente aqueles que praticam o ciclismo não competitivo, no entanto, ciclistas que passam muitas horas pedalando, em treinamento intenso, precisam tomar cuidado e investir em um selim mais seguro, devidamente regulado, com desenho ergonômico, vazado na parte central, desde que feito com tecnologia e material adequado, adaptado à anatomia feminina ou masculina, bem como ao biótipo do ciclista.
A utilização de bermudas de ciclismo com forros de boa qualidade também é de grande importância, mas infelizmente o desenvolvimento tecnológico desses forros ainda é limitado. Na maioria dos forros, não se leva em conta as características anatômicas do períneo e órgãos sexuais e são utilizados materiais que oferecem pouca proteção e apresentam pequena durabilidade. Uma sugestão aos fabricantes de bermudas: os forros deveriam ter o mesmo formato do selim, com espuma de espessuras variadas, densidades específicas de acordo com a pressão dos contatos anatômicos, vazados na porção central e com pouca “memória”.
Atualmente, há no mercado várias opções de tecnologia em selins ergonômicos, que visam a prevenção de lesões circulatórias e neurológicas relacionadas à disfunção erétil e esterilidade masculina. A escolha do modelo deve obedecer à modalidade de ciclismo e ao biótipo do ciclista, sendo que a largura do selim deve estar de acordo com a largura da bacia. Essa medida é feita utilizando-se uma espuma na qual o ciclista se senta, ficando registrada a marca das duas proeminências ósseas dos ísquios. Pode-se concluir que não existem evidências científicas de que o ciclismo possa provocar a disfunção erétil, esterilidade masculina e doenças na próstata. Portanto, pedale com eficiência, conforto e, principalmente, com segurança. Prevenção é tudo!
Fonte: Revista Bicicleta


6 comentários em “Ciclismo: Disfunção erétil, esterilidade masculina e doença da próstata”
Parei imediatamente e vendi a mountain bike logo que soube da possibilidade de agravamento dos sintomas da Hiperplasia Benigna da Próstata. Mas após essa matéria e c9nversa com praticantes, estou confiante a buscar o selim adequado ao meu caso.
Muito útil a reportagem…Parabéns!!
A veracidade destas informações confere com minha experiência, sempre usei a bicicleta para lazer, no período e avanço da idade, fui diagnosticado com hiperplasia prostática benigna, mesmo medicado, me aventurei em andar de bicicleta, e observei a presença de umautoridades secreção parecida com o sêmen na sunga, o que provou realmente que existe uma compressão que pode levar ao agravamento deste problema, os selins das bicicletas devem ser adaptados ou fabricados aprofundando estudos laboratoriais, para diminuição dos fatores que contribuem para agravamento dos processos inflamatórios dos órgãos Genitais………….
Ciclista, há 63 anos, estou com 73 agora. Durante prática em treinos e competições, em alguns momentos, adormece o pênis e testículos, o que é dito por outros ciclistas também. Aconselho, por prática, sair da cela por alguns instantes, a fim de sanar a pressão, celim perineo, permitindo a normalização do fluxo sanguíneo. Vês por outra, levantar do celim, alivia. Bom pedal.
P. S. Peço perdão a todos aqui e, principalmente, ao profissionais do Laboratório Tommasi se minha mensagem abaixo soar deselegante, abusada ou atrevida. Com base nos relatos desse artigo e dos comentários dos leitores, decidi redigir essa mensagem que é quase um desabafo e, ao mesmo tempo, um clamor e um pedido de apoio para que algum empresário conheça o EZZEBIKE, sinta que faz sentido fabricar e distribuir o acessório para levar mais ergonomia e mais saúde para mihões de ciclistas!!
Portanto, reforço o meu pedido de perdão e fiquem, óbvio, à vontade para deletar essa mensagem.
Prezado Gladston Nascimento, José Henriques, Profissionais do Laboratório Tomsasi e demais ciclistas, como ciclista sinto as mesmas dores e desconfortos relatados aqui.
Por conta disso, desenvolvi minha própria solução, criando um “extensor de guidão” articulável que fica permanentemente acoplado ao guidão da minha MTB. Desde que comecei a usá-lo recuperei a motivação para pedalar…
Gostaria que vocês conhecessem o acessório “extensor de guidão” EZZEBIKE (http\://www.instagram.com/ezzebike) que foi desenvolvido (e patenteado) para resolver essas e outras dores dos ciclistas, principalmente daqueles (milhões de) usuários que “adotaram as bikes como modal de transporte “diário” para escola, universidades e trabalhos”.
Pesquisadores da UFRGS [Universidade Federal do Rio Grande do Sul, por meio do LAPEX (Laboratório de Pesquisas dos Exercícios), coordenado pelos professores doutores dos cursos de Educação Física e Fisioterapia] estão estudando a biomecânica dos ciclistas que usam o EZZEBIKE. Os primeiros estudos, apresentados nos principais Congressos de BioMecânica em 2023, apontam que o acessório extensor de guidão EZZEBIKE (marca registrada) promove (1) a alternância da posição de pedalar durante o pedal, (2) corrige a posição da coluna vertebral do(a) ciclista enquanto ele(a) pedala, (3) liberando os fluxos sanguíneos na região do períneo, proporcionando (4) alívio das dores osteomusculares da nuca (colluna cervical), das costas (colunas torácica e lombar), (5) descomprimindo os vasos e nervos da região do períneo, (6) evitando as desconfortáveis “dormências” e “anestesias” da região sacral.
As repercussões sobre as doenças citadas aqui, tais como hiperplasias ou moléstias da próstata não estão no escopo dos pesquisadores e careceriam de outros tipos de estudos mais aprofundados e longevos para se estabeler correlações benéficas entre esse acessório e a prevenção/solução para tais doenças. Os estudos atuais da UFRGS abordam as questões da ergonomia e dores osteomusculares dos ciclistas.
Meu nome é Leonardo Molinar, tenho 63 anos, pedalo há mais de 15 anos, sinto todas essas dores acima citadas, (ainda não desenvolvi hiperplasias ou doenças graves da idade, graças a Deus!), moro atualmente em São José dos Campos(SP) e estou em busca de parcerias para a produção e comercialização desse inovador acessório “extensor de guidão” EZZEBIKE.
Ficaria muito gratificado e realizado se esse dispositivo pudesse levar mais ergonomia, mais saúde e mais disposição e entusiasmo para mais e mais ciclistas no Brasil e no exterior (onde os mercados de cicloturismo e adoção da bike como modal de transporte já alcança dezenas de milhões de usuários).
Fiquem à vontade para entrar em contato comigo pelo meu email leonardo.molinar@gmail.com ou pelo meu zap (12) 982 747 794.
Fiquem com Deus!!!
Bora pedalar!!!!
oi pessoal, faço uso de uma bicicleta ergométrica em casa, exames recentes detectaram meu PSA no dobro do valor e a próstata quase o dobro do tamanho normal, não é câncer!! mas sinto algum desconforto ao pedalar , faço em média 45 min por dia.. estava pensando em comprar uma bicicleta ergométrica que você senta como se tivesse numa cadeira, a minha e spin!! vocês acham que valeria a pena ?? faria alguma diferença quanto ao problema da próstata?? muito obrigado a todos
bom dia,fiz um pedal pela primeira vez de cinquenta km e inchou uma veia da próstata e me deu desconforto e o penes encolheu muito é complicado